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terça-feira, 5 de julho de 2011

AMOR-MARTÍRIO

A dor transpassa o meu peito,
Um martírio, sofrer incessante,
Tento curar, mas não tem jeito,
É tudo confuso, um coração palpitante.


A dor me transcedentaliza,
Me fere, rasga, extermina
Até os dias que me restam,
Ao penar levou-me o destino,
Assim se faz, infeliz sina,
De um amor que se diz perfeito
Num riso triste que contamina,
Um mar de lágrimas, a lavar
As vestes do meu frio leito,
Quem aos poucos me elimina?!


Esta é minha pena?
Por que a razão levou à estas normas?!
Diz-se que o amor e pra servir deusa serena,
Não conheci o amar desta forma,
Rude, insensato, sem permissão,
Sem caminho à emoção,
Covarde, frio, cheio de não,
Em insanidade o amor se torna.


Os pés que trilharam estes caminhos felicitantes
Não mais entende a razão de viver,
Perdeu o rumo, ao destino errante,
Não mais terá pernas pra correr,
Das linhas traçadas a um coração "prudente",
Crateraram a estrada dum viver.


O amor passou repentino,
Deixou marcas tão profundas,
O batismo de Pra Sempre desde menino,
Agora são razões absurdas,
Se errei, mas do amor descobri façanhas,
Que tirou o riso das entranhas
De corações que, deveras resmunga.


A dor transpassa o meu peito,
Um martírio, sofrer incessante,
Tento curar, mas não tem jeito,
É tudo confuso, um coração palpitante.


Contraditório, amor-fissurado
Me fez pelo avesso,
Tal amor que a ti confesso,
Em ti à mim buscas o acesso,
Verdadeiro, puro, contínuo
Indecifrável amor,
Nunca daí fui disperso,
Desejos contidos em furor,
A dor se cura com o regresso.


                   Marcelo Lima 22062011

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