Prepararei
uma poesia
Em
que o meu Amor se reconheça,
Que
Todo Amor não enlouqueça,
Que
não seja solicitado à rebeldias.
Discrepantemente,
aparece sem nada falar,
Invade,
toma espaço mutilando,
Não
adianta tentar reverter, lutar,
É
veto, tudo se delimitando,
Amor
que talvez seja vulgar.
Quando
terminarei esta poesia?
Não
posso distribuir amor por aí,
Niilismo
amoroso, cheio de nostalgia,
O
que ninguém quis contagia,
Clandestino,
exagerado amor,
De
pensamentos e monotonia.
Prepararei
uma poesia
Em
q'ue reconheça o meu amor,
Sem
que não haja intervenção,
Sem
que apresente riso nem dor,
Sem
sonhar, sem contradição
Um
amor, sem algum amor.
Escreverei
uma prosa, um verso
Que
não machuque, não iluda,
Um
verso descontínuo, disperso,
Para
que o leitor não se confunda,
Palavras
de consolo perverso,
Um
réu contesto, inconfesso,
Da
desilusão, ação absurda.
Redigirei
uma poesia
Onde
não declare o meu amor,
Amor
sem pecado, mas imperfeito,
Sem
meio termo, não pode ser feito,
Dedicado
ao insensível furor,
Um
amor que não cabe no peito,
Sem
perdão, em contradição,
Sem
cortejo, sem fervor.
Um
amor de um beijo amargo,
Do óbvio
a se negar,
Impróprio,
incontestável,
Um
amor inconsciente, sem delirar,
De
desejos, medo improvável,
Um
amor pra recomeçar,
Suscitável,
mútuo, indecifrável
Amor,
que não pode se Amar.
Marcelo
Lima - Poesias e Poemas 072010.