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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

INDECIFRÁVEL AMOR



Prepararei uma poesia
Em que o meu Amor se reconheça,
Que Todo Amor não enlouqueça,
Que não seja solicitado à rebeldias.

Discrepantemente, aparece sem nada falar,
Invade, toma espaço mutilando,
Não adianta tentar reverter, lutar,
É veto, tudo se delimitando,
Amor que talvez seja vulgar.

Quando terminarei esta poesia?
Não posso distribuir amor por aí,
Niilismo amoroso, cheio de nostalgia,
O que ninguém quis contagia,
Clandestino, exagerado amor,
De pensamentos e monotonia.

Prepararei uma poesia
Em q'ue reconheça o meu amor,
Sem que não haja intervenção,
Sem que apresente riso nem dor,
Sem sonhar, sem contradição
Um amor, sem algum amor.

Escreverei uma prosa, um verso
Que não machuque, não iluda,
Um verso descontínuo, disperso,
Para que o leitor não se confunda,
Palavras de consolo perverso,
Um réu contesto, inconfesso,
Da desilusão, ação absurda. 

Redigirei uma poesia
Onde não declare o meu amor,
Amor sem pecado, mas imperfeito,
Sem meio termo, não pode ser feito,
Dedicado ao insensível furor,
Um amor que não cabe no peito,
Sem perdão, em contradição,
Sem cortejo, sem fervor.

Um amor de um beijo amargo,
Do óbvio a se negar,
Impróprio, incontestável,
Um amor inconsciente, sem delirar,
De desejos, medo improvável,
Um amor pra recomeçar,
Suscitável, mútuo, indecifrável
Amor, que não pode se Amar.

Marcelo Lima - Poesias e Poemas 072010.

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