Páginas

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ESCRAVO DA SAUDADE



Amar assim
É enlouquecer de paixão,
Desejos vetados, calados,
Querer condicionado
De beijos que sufocam
Em pensamentos, inconformado,
Amar assim
É ser escravo da solidão.

Não te dou meus beijos, pois
Distante não satisfaz,
Tortura quando lembro do depois,
Promessas que com o tempo se refaz,
Aqui estão os beijos de nós dois,
Que de carinhos, querer, vontade,
Carícias, sentimentos verdade,
Vivendo como escravo da saudade,
De tudo do amor se compôs.

O libido do amor é um beijo teu,
Flui meu sangue que por ti anseia
Lembrando de tudo que se cometeu,
Ao te olhar me incendeia
Quero descobri o seu jeito de amar,
Sou escravo dos traços da realidade,
Do frio, do vazio, dum amor reprimido, a vagar,
Nas entranhas do meu coração,
Que sem razão insiste em castigar
O meu ser no tronco da vontade.

Traz a imagem que me seduz!
Teus olhos, este corpo exuberante!
Me tortura com o amor que conduz
Ao prazeres da carne,
Saciando os desejos sob meia luz,
Envolvendo-me em todo charme,
Lendo a poesia que pra ti compus.

Meu asilo é um tronco no deserto,
Quando serei libertado?
A boca seca a palpitar,
Querendo minha senhora
Das trancas me soltando,
Os meus lábios molhando
Ao menos num beijo, agora,
O tempo está me debilitando.

O feitor Amor me bateu covarde,
Sem motivos, de quem não sei o mando,
Chora o escravo da saudade,
Na senzala, a solidão me habitando,
Sem o calor do sol divindade,
Dias e noites na escuridão, sonhando,
Vou morrer assim lamentando?
Sendo escravo da saudade.


Marcelo Lima - Poemas e Poemas 0203092009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário